O Incidente Diplomático

Friday, July 28, 2006





Certo dia, logo cedo, atrelou seu cavalo encilhando-o como aprendera no Regimente de cavalaria de Saarbrücken, e tocou para a sede da Colônia.
Respirando o ar fresco da manhã,a montaria seguia em trote ensinado pelo Opa. Desciam o Carrapatenberg. Resmungou sobre a sela: "estas selas fabricadas aqui, apesar de utilizarem o modelo europeu, são uma calamidade".
Continuava se ajeitando, quando deu de cara com os colonos Kümmel e Reuter.

--"Moin" Herr Pabst - disse Kümmel sem apear do cavalo. (com um olhar de quem entende, o Opa notou que os animais tinham um bom aspecto, mas não eram de montaria; usavam-nos também para puxar a carroça e o arado
--via-se logo).

--"Moin" -- respondeu o Opa.
-- O que é que vocês fazem aqui tão cedo?
-- Estamos tratando do caso do senhor Pletz.
-- Que caso?
-- Então o senhor não sabe?
-- Bem, sei alguma coisa...
-- Ora "seu" Pabst... então ouça:
-- Depois que os índios atacaram a colônia e mataram o Pletz, ouvimos muitas promessas das autoridades mas nada mudou.
Disseram que iriam destacar Batedores de Mato, que a viúva seria indenizada, mas nada se viu.


Ponte Sarlinger - Raphael Construida na gestão do Prefeito Carlos Pabst


( Como disse o Tio Ibá num de seus sonetos:


..." Escorado num bordão sai o ano velho,
Entra o Ano Novo.
E, na mesma pendenga, continua o povo" ).


Continuaram:
-- Todo mundo sabe que foram os índios que fizeram aquela estrepolia na propriedade do Pletz e a Hanseática até agora, nada!
--E daí,"seu" Pabst, o que é que o senhor acha disso?

O Opa tirando o cachimbo da boca, com bastante eloqüencia respondeu:
-- Senhores, me parece que: nem a Colonizadora nem ninguém fará nada. Por isso,como das outras vezes, teremos que, em nome da comunidade, assumir o caso sem a intervenção das autoridades;caso contrário os bugres ainda acabarão com muitos colonos por aqui.

Os dois não esperavam uma adesão tão pronta do Opa. Assim que a surpresa passou, Reuter propôs:
-- "Seu" Pabst, o senhor que conhece o ex Diretor da Colônia, o Herr Mörsch, que tal levar o assunto para ele e ver o que poderá ser feito?

--É uma boa idéia, disse Kümmel.
Ao que Reuter emendou:
--Então não é? Precisamos é de boas idéias e, pricipalmente, de boas ações. Pois de bem intencionados o cemitério está cheio.
Despediram-se. Cutucando o cavalo com as esporas, o Opa seguiu para a Hansa.

Cemitério de Neubremen - ao qual Reuter se referira.


O papo com os dois vizinhos,logo cedo, atrasou seus afazeres. Mesmo assim, comprou o que tinha que comprar, colocou as cartas no correio e foi até a Hanseática.
Apesar do horário havia pouca gente na sede da Colonizadora. Indagando por Mörsch,i lhe dito que desde que havia deixado a Sociedade,dificilmente aparecia por lá. Somente poderia ser encontrado em casa.
Sobre o caso Pletz,ninguém sabia nada além do que todos já sabiam. Resolveu voltar.